Deu-me para ir ao cinema durante esta fase idiota da vida. E tem valido a pena. Usar filmes para passar o tempo leva a que se procurem coisas fáceis, formulaicas, sem grande piada. Mas o cinema obriga a ver aqueles trabalhos que valem a pena, e a estar concentrado no filme. Realmente há uma diferença entre um ecrã de televisão e uma tela.

No sábado vi o Caótica Ana em Frankfurt. Filme interessante, que se tem que ver no cinema. Hoje vi Secretary, que valeu bem a pena. Claro, no fim esticou-se um bocado o romance, algumas partes eram dispensáveis; mas o conceito estava fixe.

Na semana passada vi o Persépolis e o Vicky Cristina Barcelona. Por razões diferentes, não gostei de nenhum. O Waltz with Bashir e o Centochiodi também passaram pela tela, e achei-os in ordnung.

Filmes mesmo, mesmo valentes são mais difíceis de achar. E acho que nunca os vi no cinema - são tão bons que mesmo em caixinhas pixelizadas no computador me parecem os melhores.

Nem só de noite

Nem só de noite se vive. Ou vivo eu e outros camaradas que no escuro se afoitam. Hoje sou obrigado a viver de dia, a acordar de noite antes dela acabar.

Escrevo aqui para não escrever o que tenho de. Porque não faço o que tenho de fazer. E que se trata de me candidatar. Estou desempregado, e depois das últimas negativas, muito desmotivado para continuar. Parece que o acaso decidiu a direcção que eu havia de tomar, direcção essa que não me apraz. E, sentado em casa, sonho com outros mundos, outras vidas onde eu tivesse controlo.